Uma amiga postou a frase "Meninos acampam, homens montam casas" numa rede social e gerou essa reflexão.
É raro encontrar uma criança que não goste de juntar almofadas e cobertores pra montar uma barraca e brincar de acampamento. Ao mesmo tempo em que a brincadeira sugere uma espécie de aventura, ela também sugere a busca de um abrigo, de aconchego.
Na adolescência também é comum ver os jovens na prática de esportes e aventuras ao ar livre, incluindo acampamentos. Os desafios, a tensão, o medo, todos esses sentimentos geram emoção e adrenalina. Emoção, adrenalina e desafio são típicos dos jovens.
Os acampamentos são montados e desmontados em lugares diferentes. São itinerantes, não criam raízes. Alguém monta um acampamento, vive aquele momento, se aventura e se diverte, e depois vai embora. Até que um outro acampamento seja montado, em um outro lugar, numa outra época, com outras pessoas. É tudo superficial e passageiro.
Mas chega um momento em que as pessoas resolvem se aquietar, se acomodar e criar raízes. É importante frisar que esse momento independe da idade cronológica da pessoa. Nessa fase, o indíviduo abre mão do aconchego da casa dos pais e decide construir o seu próprio canto, passa a buscar o seu próprio aconchego. Cada indivíduo deseja construir a sua própria história de vida. Geralmente, isso inclui construir uma familia, ter um companheiro ou companheira e ter filhos. E parece que essa fase chega mais cedo e é mais intensa e expressiva pras mulheres, já que geralmente a mulher amadurece mais cedo do que o homem.
Esse é o ciclo natural e normal da vida. Mas a vida acontece em ritmos diferentes pra cada pessoa. Pode ser uma questão de genética ou até mesmo uma questão de opção pessoal. Alguns simplesmente optam por permanecer meninos ou meninas por mais tempo. Tentam postergar ao máximo o tempo em que terão que assumir os deveres e responsabilidades de um homem ou mulher adultos. Alguns simplesmente não conseguem se imaginar como um pai/mãe de familia. Acham que não possuem o dom para a paternidade ou a maternidade. Não querem abrir mão de um pedacinho sequer de sua individualidade. Isso é algo super pessoal.
Mas vale lembrar que é sim possível que alguém se torne homem ou mulher adultos, assuma seus deveres e responsabilidades, sem precisar abrir mão de seu espírito jovem. É uma questão de equilíbrio. Maturidade, jovialidade e equilíbrio não precisam estar vinculados à idade cronológica.
Mas e quem chuta o pau da barraca??? Bem, na verdade, pra chutar o pau da barraca também não existe idade. É uma questão de coragem, necessidade, circunstâncias... mas isso já é assunto pra outro texto.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
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