terça-feira, 3 de julho de 2012

Por que algumas amizades acabam?

Dias atrás eu estava estudando pra uma prova sobre "Amizade em Aristóteles", e eu fiquei surpreso com algumas coisas que aquele filósofo dizia há quase 2.500 anos atrás em relação às amizades. O mais interessante é que muitos daqueles conceitos poderiam ser facilmente aplicados aos relacionamentos, mesmo nos dias atuais.
O ser humano evoluiu (será que evoluiu mesmo?) em muitos aspectos ao longo dos séculos, mas a "essência humana" continua a mesma. O problema (ou seria a solução?) é que nós simplesmente continuamos humanos. Não podemos nos esquecer disso.
Aristóteles enumerava três formas de amizade. A primeira é aquela em função da utilidade. Duas pessoas são amigas porque são úteis uma para com a outra. Não basta que apenas uma delas seja útil à outra; deve haver reciprocidade. Assim, as duas devem proporcionar algo de útil.
A segunda forma de amizade é aquela em função do prazer que duas pessoas oferecem uma a outra. E eu não estou falando de prazer sexual, mas sim do prazer desfrutado numa conversa, numa pescaria, em alguma atividade esportiva praticada em conjunto etc. É o prazer da presença, da companhia agradável.
E é preciso deixar claro que não há problema em se construir uma amizade baseada na utilidade ou no prazer. O único detalhe é que essas amizades geralmente são frágeis, pois não estão fundadas na "pessoa em si", mas em coisas que aquela pessoa oferece. E, a partir do momento que aquela pessoa deixa de oferecer aquele prazer ou utilidade, a amizade se acaba. Esse é o ponto.
Por exemplo, alguém é amigo de outro porque sempre vão pescar juntos, uma vez ao ano fazem uma grande pescaria juntos no pantanal, se reunem aos finais de semana pra pescar, se juntam pra celebrar o resultado da pescaria com uma peixada. O que os une é o prazer em torno das coisas ligadas à pescaria. Se, porventura, um desses amigos deixa de gostar de pescar ou sofre um problema de saúde que o impossibilita de continuar pesando, com o tempo essa amizade vai se esfriar e se acabar. Aquele vínculo vai se acabando.
Já a terceira forma de amizade, segundo Aristóteles, é em função do que ele chama de virtude. É uma amizade baseada na pessoa, em seu caráter, em sua bondade absoluta, estável e imutável. "Eu gosto do fulano porque ele é bom e ponto final". Esse "bom" envolve muitas qualidades geralmente imutáveis, duradouras, ligadas ao caráter daquela pessoa.
O mais legal é que essa amizade baseada na virtude ainda traz consigo o aspecto do prazer e da utilidade pois, se uma pessoa é realmente boa pra outra, ela também será agradável e útil. É a amizade completa e absoluta. Ela é tranquila e segura.
A pessoa pode até passar anos longe daquele amigo e a amizade pode aparentemente se esfriar. Mas, assim que se reaproximam ou retomam o contato, essa amizade rapidamente se restaura e se fortalece.
Isso tudo me fez lembrar daquele ditado: "O problema é o mau caráter gente boa". A pessoa é agradável, educada, simpática. É prazeroso estar com ela por perto. Mas e os valores dessa pessoa? E os princípios, as prioridades, os objetivos?
Já pensou na possibilidade de uma pessoa ser super agradável, ser a pessoa mais bem humorada da turma, aquela com quem você pode contar a qualquer momento, mas essa mesma pessoa ser, nas "horas vagas", um pedófilo ou um contrabandista internacional de armas? Ou o amigo legal na festa e no churrasco, mas que chega em casa e bate na esposa? O exemplo é grotesco, mas não impossível. E serve pra mostrar como ser agradável ou útil são coisas que não estão necessariamente ligadas a um bom caráter.
E o que isso tudo tem a ver com relacionamentos? Eu acredito que, guardadas as devidas proporções, os relacionamentos seguem esse mesmo padrão das amizades. E os relacionamentos duradouros, aqueles que duram uma vida inteira, são fundados na pessoa em si, em seu caráter, em sua bondade, e não apenas naqueles aspectos - prazer e utilidade - que aquela pessoa oferece.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

"Meninos acampam, homens montam casas."

Uma amiga postou a frase "Meninos acampam, homens montam casas" numa rede social e gerou essa reflexão.
É raro encontrar uma criança que não goste de juntar almofadas e cobertores pra montar uma barraca e brincar de acampamento. Ao mesmo tempo em que a brincadeira sugere uma espécie de aventura, ela também sugere a busca de um abrigo, de aconchego.
Na adolescência também é comum ver os jovens na prática de esportes e aventuras ao ar livre, incluindo acampamentos. Os desafios, a tensão, o medo, todos esses sentimentos geram emoção e adrenalina. Emoção, adrenalina e desafio são típicos dos jovens.
Os acampamentos são montados e desmontados em lugares diferentes. São itinerantes, não criam raízes. Alguém monta um acampamento, vive aquele momento, se aventura e se diverte, e depois vai embora. Até que um outro acampamento seja montado, em um outro lugar, numa outra época, com outras pessoas. É tudo superficial e passageiro.
Mas chega um momento em que as pessoas resolvem se aquietar, se acomodar e criar raízes. É importante frisar que esse momento independe da idade cronológica da pessoa. Nessa fase, o indíviduo abre mão do aconchego da casa dos pais e decide construir o seu próprio canto, passa a buscar o seu próprio aconchego. Cada indivíduo deseja construir a sua própria história de vida. Geralmente, isso inclui construir uma familia, ter um companheiro ou companheira e ter filhos. E parece que essa fase chega mais cedo e é mais intensa e expressiva pras mulheres, já que geralmente a mulher amadurece mais cedo do que o homem.
Esse é o ciclo natural e normal da vida. Mas a vida acontece em ritmos diferentes pra cada pessoa. Pode ser uma questão de genética ou até mesmo uma questão de opção pessoal. Alguns simplesmente optam por permanecer meninos ou meninas por mais tempo. Tentam postergar ao máximo o tempo em que terão que assumir os deveres e responsabilidades de um homem ou mulher adultos. Alguns simplesmente não conseguem se imaginar como um pai/mãe de familia. Acham que não possuem o dom para a paternidade ou a maternidade. Não querem abrir mão de um pedacinho sequer de sua individualidade. Isso é algo super pessoal.
Mas vale lembrar que é sim possível que alguém se torne homem ou mulher adultos, assuma seus deveres e responsabilidades, sem precisar abrir mão de seu espírito jovem. É uma questão de equilíbrio. Maturidade, jovialidade e equilíbrio não precisam estar vinculados à idade cronológica.
Mas e quem chuta o pau da barraca??? Bem, na verdade, pra chutar o pau da barraca também não existe idade. É uma questão de coragem, necessidade, circunstâncias... mas isso já é assunto pra outro texto.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O Dia dos Namorados.

Ontem foi o Dia dos Namorados e eu me lembrei de uma situação que me aconteceu há exatos dois anos atrás.
Acho que era uma sexta-feira e eu fui pegar os meus filhos na escola pois eles iriam passar aquele final de semana comigo. Eram quase seis horas da tarde e, assim que as crianças entraram no carro, disseram que estavam com muita fome e queriam jantar em um determinado restaurante da cidade. Concordei e fui direto pra casa dar um banho neles pra que pudéssemos sair pra jantar.
Chegamos meio cedo ao restaurante, por volta das sete da noite, e o restaurante ainda estava vazio. Havia apenas mais uma mesa ocupada. Fazia menos de uma ano que eu havia me separado e eu ainda tentava me acostumar com os olhares indiscretos toda vez que eu estava em público sozinho e com duas crianças.
Naquela época, eu andava bem desanimado, saía pouco de casa e não queria ouvir falar de relacionamento, namoro, casamento etc.
Pois bem, perto das oito horas, estávamos lá jantando alegres e descontraídos quando começou a chegar uma multidão de casais pra jantar. Todo mundo com um sorriso nos lábios e aquela "cara de feliz". Algumas moças já chegaram com flores nas mãos. Outras receberam flores no meio do jantar. Eu só não perdi a fome porque eu já estava terminando de comer. Ainda assim, o estômago ficou embrulhado. Estava me sentindo um extra-terrestre que acabou de pousar no planeta errado.
Mas o auge do jantar foi quando três músicos entraram no restaurante, se aproximaram de uma mesa e começaram a tocar. De todo o coração, fiquei com vontade de quebrar aquele violino na cabeça do cidadão.
Pedi a conta, paguei, e, quando eu já me levantava da mesa, ainda tive a impressionante visão do cara se ajoelhando para pedir a mão da moça. No meio do restaurante. Em pleno Dia dos Namorados. Muitos aplaudiram. Era só o que me faltava. Fui embora na dúvida se os aplausos eram pros pombinhos ou porque eu estava saindo daquele lugar.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Tem que querer muito!


Há até bem pouco tempo atrás eu andava meio arisco e costumava dizer que casamento ou relacionamento sério eu nunca mais iria querer. Com o tempo (sempre ele: o tempo), a gente vai se curando e se recompondo. Até que chega o ponto em que a gente se sente pronto pra recomeçar. A grande maioria das pessoas normais e saudáveis quer ter alguém do seu lado. Faço parte dessa maioria. Até os meus filhos tem me dito "que eu preciso ter alguém pra me fazer companhia nos dias em que eles não estão comigo, alguém pra me acompanhar ao shopping e ao cinema", nas palavras deles.
Hoje eu posso dizer que tenho alguma experiência em relacionamentos. Principalmente no que fazer pra um relacionamento dar errado. Isso mesmo. Já errei muito e tenho bastante consciência disso.
Mas então o que fazer pra dar certo? Pergunta cretina, eu sei. Como se existisse fórmula, regra ou receita. Ainda assim, eu insisto e arrisco uma resposta: tem que querer muito!
Não basta estar a fim, gostar da idéia ou ter alguma afinidade. Tem que querer muito! Tem que se dispor, se dedicar, suar a camisa. A gente se esforça tanto pra tanta coisa, estuda, se organiza, trabalha, elabora estratégias financeiras, profissionais. Mas raramente eu vejo a mesma dedicação nos relacionamentos.
Outro dia, conversando sobre relacionamentos, alguém comentou comigo que "estava iniciando um relacionamento e iria deixar correr pra ver no que dava". Não consegui parar de pensar nessa frase. Fiquei com a impressão de que tem tudo pra não dar certo. Pelo menos, acho que essa é a tendência, a probabilidade. São os sinais. "Deixar correr" dá um ar de pouca importância, de pouco caso, de falta de organização e dedicação. Talvez eu esteja sendo chato ou exigente demais. Mas hoje é assim que eu acho que um relacionamento deva ser encarado. Com disposição, dedicação, organização, estratégia, tempo. Pode parecer frio, mas eu preciso disso. Preciso me sentir bem e seguro.
Tem mais um detalhe: "querer muito" não significa apenas dizer que quer muito. Geralmente palavras são apenas palavras. "Querer muito" envolve atitude e iniciativa.
Claro que tudo isso vem acompanhado de atração, afinidade, desejo. É uma grande mistura de ingredientes. Se faltar um ou outro ingrediente, o gosto não será o esperado. Se faltarem muitos desses ingredientes, o prato pode até ficar insuportável.
Pois é: tem que querer muito!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Quem disse que todo homem gosta de peitão?

Essa é mais uma das grandes mentiras que a gente ouve muito por aí. O assunto é polêmico, mas faz uma reflexão valer a pena.
Essa cultura do "peitão" começou ainda na década de setenta, ou talvez um pouco antes, através dos filmes americanos que eram exibidos mundo afora e mostravam aquelas branquelas sem bunda e com peitos enormes como "padrão" de mulher. Mas que padrão? Americano? Pra mim os americanos são o "anti-padrão" de quase tudo.
Já na década de noventa, quando as cirurgias plásticas começaram a ficar mais acessíveis, essa cultura começou a se propagar aqui no Brasil. E acabou se consolidando na última década com as novelas, reality shows, revistas de moda e comerciais de TV. Parece que a televisão brasileira adotou esse padrão e, a partir daí, começou a tentar impregná-lo na população.
Muitas mulheres - aquelas que não foram premiadas pela natureza com os peitões - compraram essa idéia e sofrem muito com isso. Muitas tem medo de passar por uma cirurgia plástica ou simplesmente não tem grana pra fazê-la. Muitas mulheres sabiamente consideram os riscos de uma cirurgia invasiva como essa, chances de rejeição, durabilidade, manutenção da prótese etc e preferem não se arriscar.
Mas eu pergunto: quando uma mulher decide investir na aparência, pra quem ela faz isso? As feministas dirão que é, antes de tudo, pra elas mesmas. Mas eu estou falando das mulheres normais, a mulher média e equilibrada. Embora algumas dessas mulheres não admita, a maioria investe na aparência pra tentar despertar a atenção masculina. Pois bem, será que essas mulheres já perguntaram aos homens sobre o que eles gostam? Será que elas se lembram que homem tem opinião, e que talvez elas estejam por fora da opinião deles?
Se você colocou uma prótese de silicone, se a sua auto-estima melhorou e você está feliz, ótimo! Ignore esse texto e seja feliz.
Mas eu vou expressar a minha opinião pessoal e também vou contar um pouco sobre o que eu já ouvi em bate-papos entre amigos. Eu arrisco dizer que a maioria (mais de 50%) dos homens não gosta de peitão. Muitos simplesmente não se importam com o tamanho do peito e se preocupam com outras questões mais importantes. Uma boa parcela prefere peitos médios ou pequenos (eu mesmo prefiro peito pequeno).
Agora, respondendo de uma outra maneira, eu afirmo que a maioria dos homens gosta é de mulher natural. Não importa se o peito é grande, médio ou pequeno. Sem aquela sensação - verdadeira, diga-se de passagem - de estar apalpando algo artificial.
Pode soar até cômico mas, quanto "maior" for o peito, "maior" será a queda dele um dia.
A gente tem que tomar cuidado com o que a gente "compra" como verdadeiro, unânime ou como padrão nacional. E, além do mais, nem sempre viver de acordo com o "padrão" é a forma mais emocionante de se viver.
Fica aqui a minha homenagem às belas mulheres com peitinho!!!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Pra que entender?

Ultimamente eu ouvi algumas amigas que tinham acabado de sair de relacionamentos dizerem: "mas porque?"; "eu só quero entender o que aconteceu"; "ele não me explicou nada, simplesmente terminou".
Meninas, vocês querem entender o que??? E pra que???
Já sei o que você deve estar pensando: "Ué, eu quero entender o que eu fiz de errado pra não repetir o erro". Provavelmente ninguém fez nada de errado. Simplesmente não rolou. Inclusive, a probabilidade de "não rolar" é bem maior do que a de "rolar". Caso contrário, todo mundo se casaria com o primeiro paquera ou namorado. Mas a gente sabe que não é bem assim que a coisa funciona.
Acabou, não é? Então bola pra frente. Quem vive de passado é museu. Levante a cabeça e siga em frente!
Cada relacionamento é único e cheio de peculiaridades. É besteira querer ficar comparando, tentando entender as coisas. Tente tirar proveito das lições vividas "durante" o relacionamento. E esqueça o resto.
A não ser que você ainda não esteja conseguindo se conformar com a situação. Nesse caso, assuma os seus sentimentos, deixe o orgulho de lado, e procure a outra pessoa pra tentar alguma coisa. Claro, já ciente da grande probabilidade de levar um segundo fora. Mas é pagar pra ver.
Lembre-se do velho ditado: "a fila anda". Não vai ser logo você quem vai fazer a fila emperrar, né?

terça-feira, 1 de março de 2011

Festa de casamento: sim ou não?

Antes de mais nada, é bom deixar claro que esse texto é uma mera divagação. Eu não estou pensando em me casar. Mas eu tenho muitos amigos vivendo essa fase casamenteira e toda hora esse assunto entra em pauta.
Eu acredito que as mulheres se preocupem mais com a questão da festa do que os homens. A maioria dos homens não liga muito pra isso. Eu já ouvi amigas dizendo que é um momento único na vida e que deve ficar registrado com uma festa.
Como quase tudo nessa vida é relativo, a festa de casamento depende da situação dos noivos. Muita gente se casa às pressas e nem tem tempo de planejar uma comemoração. E muita gente simplesmente não tem grana mesmo. Esse foi o meu caso: quando me casei eu não tinha grana e me despedi na igreja.
Por outro lado, tem sido comum ver festas de casamento sendo planejadas com mais de um ano de antecedência. Nesse período, a vida dos noivos gira única e exclusivamente em torno da preparação da festa. Passam até a conviver menos e, quando estão juntos, o único assunto presente é a festa. O foco é a festa. E depois que a festa acaba? Tudo bem, tem uns dias de lua-de-mel. Mas e depois? A dura realidade parece ficar ainda mais dura.
Eu acho estranhas algumas escalas de valor. Eu não conseguiria gastar o equivalente a um bom carro ou a um apartamento numa festa que dura algumas horas e, no dia seguinte, ir morar num apartamento alugado, por exemplo.
Se, durante esse ano que antecede à celebração, os noivos passassem mais tempo juntos e aprendendo sobre o casamento, sobre a realidade do casamento, sobre os altos e baixos que vão enfrentar, as dificuldades que surgirão, a gente veria menos casamentos recentes já desmoronando por aí. Tenho certeza disso.
Eu não estou aqui querendo condenar a realização de uma festa de casamento. De forma alguma. Estou apenas tentando dizer que é preciso equilíbrio e ponderação: de valores, de tempo, de despesas etc. E o foco deveria ser a união propriamente dita, o compromisso que estão assumindo, a familia que está nascendo. Pois o resto se perde no tempo.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Caminhando de mãos dadas.

Caminhar de mãos dadas é romântico, gostoso, bonito. Mas há ocasiões em que não é preciso andar de mãos dadas.
Por exemplo, na hora da caminhada - me refiro ao exercício físico, eu acho dispensável andar de mãos dadas. São só alguns minutos, no máximo uma hora; ninguém vai fugir (moço, e se ela resolver fugir, não é pela mão que você vai conseguir segurá-la, pode apostar!).
Geralmente, na caminhada, o ritmo é mais forte do que num passeio romântico. E, nessa hora, andar de mãos dadas até atrapalha, incomoda.
Estou fazendo esse comentário porque, eventualmente, quando eu corro ou caminho perto da minha casa pra me exercitar, eu vejo alguns casais - poucos casais, diga-se de passagem - caminhando de mãos dadas. Na maioria das vezes, o casal é bem jovem, com "cara" de que acabou de começar a namorar. Talvez seja por insegurança, sentimento de posse, ou seja simplesmente pra exibir a nova conquista, não sei. Em qualquer caso, não deixa de ser estranho.
É, acho que hoje eu acordei mais chato e implicante do que o normal.
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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A chave de fenda.

O marido em pé na cadeira, trocando a luminária da cozinha, grita pra esposa: "Me traga uma chave philips aí dessa caixa";
Ela: "Aqui não tem nenhuma chave philips"
Ele: "Tem sim, olhe direito"
Ela: "Não tem não. Todas as chaves aqui são Tramontina".Itálico
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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Amar é...

Eu já disse em outro texto que não acho justo - e nem possível - alguém querer definir o que é o amor. Muitos tentam e oferecem as mais diversas explicações e conceitos, mas parece que a dúvida e a polêmica só aumentam. Ao mesmo tempo em que pode se consolidar e amadurecer a ponto de ser simples, o amor não deixa de ser complexo. Olha só o que eu já acabei de afirmar: o amor pode ser simples e complexo ao mesmo tempo. Que contraditório. Por isso, melhor mesmo é não tentar definir o amor.
Por outro lado, acho possível tentar entender algumas "formas" através das quais podemos "amar" alguém. Quando a gente ama, a gente cuida, a gente protege, a gente se preocupa, a gente se entrega e se sacrifica. Mas é um sacrifício bom, que nos dá prazer e satisfação, pois sabemos que estamos fazendo algo bom pra alguém que é especial e importante em nossas vidas.

Outro dia, uma pessoa me disse que amar também é sentir falta, não conseguir ficar longe da pessoa amada. Acho que esses são efeitos de quando se ama, já que ocorre uma espécie de fusão entre duas pessoas que, de certa forma, acabam se tornando uma. Assim, quando metade está longe, a outra metade sente falta, se sente incompleta. É mais ou menos esse o esquema da tradicional "fusão romântica" que estamos acostumados a presenciar, em que duas pessoas se fundem e se completam. Mais tranquilo seria se essas duas pessoas já se encontrassem previamente "completas" e se unissem apenas pra se "complementar", pra somar. Mas o nosso vazio humano e a nossa necessidade de aconchego quase que inviabilizam esse tipo de processo, que fica restrito a uns poucos seres iluminados que já atingiram um grau altíssimo de maturidade e experiência. Um dia eu chego lá.
Mas e aquele fogo incontrolável??? Fogo é paixão, atração e química. Coisas que não têm nada a ver com o amor. São sentimentos bons, mas não são ligados ao amor. As pessoas envelhecem e deixam de ser atraentes. Os hormônios mudam, desaparecem, e a química e a atração diminuem consideravelmente com o tempo. Ainda assim, essas pessoas podem se amar, se respeitar, se cuidar: por causa do amor!
Dois velhinhos podem estar juntos há cinquenta anos, e ainda podem se amar não por causa da paixão, da atração ou da química, mas por causa do cuidado, da proteção, do respeito, da amizade e do aconchego que proporcionam mutuamente.
Por isso, acho que podemos começar a amar bem através do cuidado, da proteção, do respeito, da amizade, do carinho e do aconchego. E no meio do caminho podemos aprender e incrementar esse "amar" com outras formas de fazer bem ao outro.