quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Separado pagando mico

Enquanto eu escrevia o texto Separado, e daí?, eu me lembrei de um mico interessante que eu paguei pouco tempo após ter me separado.
Eu me separei em 2006 e, por quase um ano, eu não saí com absolutamente ninguém na minha cidade. Não me sentia bem, tinha vergonha, nem sabia como fazer ou agir, ou como recomeçar.
Até que um belo dia, já em 2007, um amigo comentou que iria me apresentar a uma moça que também era separada, e que a gente deveria sair pra conversar, se conhecer e se distrair um pouco, sem compromisso. Concordei, entrei em contato com a moça e conversamos umas duas ou três vezes por telefone antes do primeiro encontro.
Não sei se por receio ou medo (ou porque ela já conhecia aquela regra pra não entrar numa roubada), a moça disse que preferia me buscar em casa. Combinamos o dia e o horário. Próximo da hora marcada, ela me ligou dizendo que eu deveria descer pois já estava a caminho do meu prédio.
Enquanto eu me preparava pra descer, os meus filhos me ligaram pra me "dar boa noite". Fiquei com eles no telefone por uns cinco minutos e depois desci.
Chegando no carro da moça, eu a cumprimentei e logo pedi desculpas por ter demorado esses cinco minutos, pois tinha recebido a ligação dos meus filhos. Pro meu espanto, ela virou pra mim e soltou: "o que, você tem filhos?" Sinceramente, nas duas conversas que tivemos pelo telefone eu nem me lembrava se tinha tocado nesse assunto. Respondi que sim, que tinha dois filhos.
Ela então me disse que queria sim conhecer alguém e que essa pessoa até poderia ser separada, assim como ela, mas que não poderia ter filhos. Pediu educadamente que eu descesse e sumiu.
Fiquei uns três meses trancado em casa com a auto estima no fundo do poço e tentando entender o que eu tinha feito de errado.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Separado, e daí?

Outro dia eu li um livro com esse título: "Separado, e daí?". Foi escrito por uma jornalista e ela contava um pouco da história da sua separação. Ela falava das fases, da superação, dos micos, dos preconceitos.
Mas existe um detalhe muito importante quando se trata de separação ou divórcio. A separação de um casal "sem" filhos é totalmente diferente da separação de um casal "com" filhos. Esse detalhe é de total relevância.
Eu tenho amigos sem filhos que se separaram há anos e simplesmente nunca mais precisaram ver ou conversar com o antigo cônjuge. Se o casamento realmente acabou, essa situação facilita bastante o "depois". É bem mais fácil se superar uma separação quando não há filhos envolvidos. Coloca-se um ponto final e pronto. Cada um segue o seu rumo. É como se houvesse menos marcas e cicatrizes para se carregar. Menos lembranças.
Mas, quando há filhos, mesmo que indiretamente, o vínculo ou os contatos com o ex-cônjuge serão comuns e necessários, especialmente enquanto os filhos forem pequenos. Não há como fugir disso. De qualquer forma, o mais importante será a manutenção do respeito, da educação e da civilidade. Especialmente em consideração aos filhos.
Em relação ao "recomeço", numa separação com filhos a situação é mais delicada. A sociedade brasileira ainda é bastante preconceituosa. A esmagadora maioria dos pais espera que seu filho ou filha se casem um dia com alguém que não teve uma "história" anterior. Nas comunidades religiosas, dependendo da interpretação bíblica daquele grupo, o preconceito é ainda maior: privilegia-se a "lei" em detrimento da "graça", e se proíbe o segundo casamento.
O fato de alguém ser separado e ter filhos não o torna melhor nem pior do que ninguém. E o fato de a pessoa ser solteira e não ter uma história anterior não é garantia absolutamente nenhuma de sucesso numa eventual união. Talvez até pela experiência anterior a chance de errar novamente seja menor.
Independentemente das razões ou justificativas, o preconceito existe em relação a pessoas separadas. Mais ainda se forem separadas e com filhos. Isso é fato.
Eu sou separado já há um bom tempo; já vivi e ainda vivo regularmente esse preconceito. No começo, a gente sofre e não entende muito bem algumas atitudes. Mas, com o tempo, a gente se acostuma e aprende a lidar com essas situações.
Como em quase tudo na vida, numa separação também há um lado bom e um lado ruim, há vantagens e desvantages. Nessas situações de preconceito, o melhor é tentar focar no lado bom e nas vantagens de ser novamente solteiro, levantar a cabeça e seguir em frente. Pois a vida tem que continuar.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Pra não entrar numa roubada (encontros)

Essa dica é unissex, mas pode ser mais útil pras mulheres.

Quando você, por algum motivo, decidir sair com alguém (amigo, colega de trabalho, paquera, tanto faz), mas não tiver muita certeza de que o encontro vai ser agradável, vale a pena tomar algumas precauções:

1- Marque um horário pro encontro terminar. Por exemplo: combine de se encontrar com a pessoa às 20h, mas já deixe avisado que você tem outro compromisso às 22h. Assim, se o esquema estiver mesmo chato, vc não vai ter que suportar a situação por mais de 2 horas. Por outro lado, se o papo estiver fluindo e vc estiver se divertindo, finja que nem viu a hora passar... ou simplesmente diga que desistiu do segundo compromisso. E aproveite!!!

2- Evite que a pessoa te busque em casa e vá com o seu próprio carro. Pois, além de você ter autonomia pra se levantar e ir embora no horário combinado, você ainda tem a possibilidade/facilidade de ir embora ainda mais cedo, se o encontro estiver muuuuuuito chato mesmo.

3- Tente se adiantar e escolha você o local onde será o encontro. Escolha um lugar que você conhece e onde se sinta bem e seguro(a). Já pensou se você sai pela primeira vez com alguém que você conhece pouco e ele(a) te leva a um barzinho pra tomar um caldo de mocotó e ouvir um pagode?!? Ninguém merece.

Obs: para outras dicas mais genéricas, consulte outras dicas.
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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ciúmes

Insegurança. Ciúme é pura insegurança. Quem está seguro de si e seguro a respeito de seu parceiro não pode sentir ciúmes. Num relacionamento sadio, seguro e tranquilo não há espaço pra ciúmes.
Pode até existir um certo sentimento de "posse", que é diferente de ciúme. "Posse" pois a outra pessoa é o "seu" companheiro, "seu" parceiro, "seu" cúmplice etc. Esse sentimento de posse, desde que respeitoso e com limites, é até natural.
Em alguns casos o ciúme é tão doentio que se torna uma obsessão. Nesses casos, deve ser encarado (e tratado) como doença, desvio. Caso de psiquiatria mesmo.
Já aquele "ciuminho" que a gente vê no dia-a-dia, exteriorizado através de showzinhos e "pitis", é só insegurança e imaturidade.
Em relação à parcela de imaturidade, não há o que comentar - só amadurecendo mesmo.
Já em relação à insegurança, ela pode surgir dentro da própria pessoa (medos, complexos, baixa auto-estima), ou pode ser causada ou reforçada pela outra parte (comportamentos inadequados).
Se essa insegurança surgir de dentro da própria pessoa, o melhor é buscar ajuda - geralmente através de terapia. A ajuda vai trazer qualidade de vida não apenas no relacionamento, mas em todas as áreas da vida.
Mas se os motivos pra se sentir ciúmes são gerados por comportamentos inadequados do parceiro, o melhor é cair fora do relacionamento, especialmente se ainda estiver na fase do namoro. Ou você acha que a pessoa vai melhorar depois que se casar?
Sabe quando a mocinha diz: "mas eu não consigo confiar nele". Ué, porque? Ele não é confiável? Então caia fora, é simples.
Pior ainda é essa: "se ele não sente ciúmes de mim, é porque não me ama". Pera lá... o que ciúme tem a ver com amor? Demonstrar amor através de ciúmes seria o fim.